O Traduzindo no Atlântico Negro é um barco
Esta embarcação nos iniciou há sete anos
Seu Mestre condutor é EXU
Sentamos em nossas esteiras com pessoas mais velhas
e pessoas mais novas
Comemos acará e cuspimos o fogo que nos alimenta os caminhos sem nos consumir
pois nas liturgias de transmissão do saber-axé
estamos aprendendo a caminhar em roda com
respeito aos caminhos
Cada cabeça tem a sua caminhada na cabaça da vida comunitária
Cada projeto de liberdade é feito de uma mistura
de folhas precisa e preciosa
e o dendê amolece tudo por onde passa, ao passar no sangue de todes nós a cada 7 tempos
Cada corpo dança o quente de seu destino em
sete possíveis movimentos
enquanto a Tradução se torna a nossa condição de
existência em multidimensional devir
A Tradução se faz ontologia negra em AfroDiáspora
a navegar K a l u n g a
Nossas Línguas AfroAncestrais enfeitiçam as línguas coloniais mortíferas para nossas palavras nas traduções predatórias
Nossas Epistemologias AfroDeslocadoras
guerreiam contra o epistemicídio da canonização dos
saberes-poderes euroc/sent(r)ados
Nossas Políticas de Afetos reorganizam
incessantemente as clivagens entre corporiedades negras
trans-gendradas, nossas temporalidades e nossas
re-territorializações de memória
Nosso direito fundamental à Tradução da História mapeia a gramática da escravidão e
mitografa suas zonas de fuga
O nosso direito ancestral às Artes Negras escrevive
o Segredo sem desvelá-lo.
Nós…






Avaliações
Não há avaliações ainda.